segunda-feira, 24 de agosto de 2009

coisas de Mãe

O filhinho da minha amiga Dani prendeu o dedo na porta e ela me contou hoje por e-mail (tenho que admitir, que coisa maravilhosa esse negócio de e-mail). perguntei se machucou e se ele chorou muito e tals (lógico que ele devia ter chorado muito, mas é que ele é tão sorridente, pensei que pudesse parar o choro rapidamente). A resposta:

De: Dani
Para: Gabi
Enviada em: segunda-feira, 24 de agosto de 2009 15:20
Assunto:

Chorou bastante...mas graças a Deus já passou. Acho que deveria existir uma lei universal que as crianças não poderiam sofrer, por qualquer coisa, devia doer no responsável por ela. Tinha uma crença de criança de que quando você tinha dor de barriga era possível se livrar dela, você devia desejar que ela fosse pra pessoa que você mais gostasse e ela ía, mas não dava pra mandar para alguém que você não gostava e aí é que tava problema, quem disse que eu conseguia mandar a dor pra minha mãe, pai ou irmã...rs Ficava com ela...rsrsrs

Lembro o primeiro susto que o JP deu na Dani, quando ele caiu da cama e ela ouviu o choro de longe. Isso aconteceu num final de semana e na segunda-feira a Dani chegou no trabalho mega-hiper sentida com o ocorrido. Sentida mesmo, com o coração partido. Pareceu que aquilo estava doendo nela. Não só o fato dele ter caído da cama (pois ele ficou bem), mas pela culpa que esse incidente causou nela.

Então, Dani, creio que a dor é inevitável para o responsável pela criança. A dor se instala de qualquer jeito, pois o responsável além de se culpar, ainda deseja que aquilo fosse nele e não na criança. Esse sentimento de não poder trocar de lugar e pegar o sofrimento para você ao invés do outro sentir, também é um tipo de dor. O mais engraçado é que a criança logo esquece, mas o responsável não, ele fica com aquele martírio dentro de si. E a criança se não dorme, logo está soltando um sorriso e explorando novamente o seu mundo.

De qualquer forma, eu também sou a favor da Lei Universal que não permita sofrimento nas crianças, principalmente quando elas ainda não sabem falar.

Um comentário:

  1. Ai Gabis, adorei a cobertura da primeira pauta que consegui emplacar...hahahah
    Então, fiquei também emocionada ao ler o que voce escreveu sobre a gente sentir a dor mesmo assim, e realmente o que mais dói é não poder trocar de lugar. O João logo parou de chorar, dormiu aquela noite muito bem e tudo mais, acho que já esqueceu, aliás só lembra do dedo quando faz alguma coisa que força ele, aí troca de mão e tudo bem. Agora eu e o pai dele, passamos uma noite péssima, depois um segunda estranha, só fui conseguir chorar ontem a noite e no fim não sei nem porque estva chorando, acho que pra por pra fora a angústia criada pela impotência de não poder sofrer no lugar dele o momento, que aliás volta o tempo todo na lembrança. Contudo, ainda fui fazendo um balanço e acho que não pderíamos instalar essa minha proposta de lei universal, porque não podemos poupar as nossas crianaças das decepções e sofrimentos, já que são com eles que elas aprendem a reconhecer também a parte boa da vida, é o tal negócio, só conhecemos a escuridão porque conhecemos a luz, o silêncio porque existe o som... e assim vai. Enfim, sei que não será o último susto, mas espero sinceramente só ter sustos leves...rsrs E que Deus me ajude!
    Beijão

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