domingo, 28 de fevereiro de 2010

Uma vida inventada

Já faz mais de um mês, li em apenas uma semana “Uma vida inventada”, de Maitê Proença. Leitura gostosa me fez conhecer um pouco não a atriz famosa, mas a mulher de fibra que muitos desconhecem que ela seja. Mulher como qualquer outra, com marcas da vida, mas que não se esconde atrás delas. Sensível, forte, corajosa, terna, espirituosa, madura, centrada, superior...qualquer adjetivo é pouco para descrevê-la. Eis algumas passagens do livro:

Não sou certinha, não sou calma, não penso numa coisa só, o sangue me corre quente, sou da briga e quero brincar, dou risada alto, falo baixo, tenho explosões de alegria e fico muito, muito triste. Mas não me faço de coitadinha e não choro à toa ou por falta de coragem.


E, assim enganando-me, deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento. Deve ser por isso que hoje a medida das coisas muitas vezes me escapa.

Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos.
Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time.

A satisfação estava no percurso, e eu sempre soube que alcançar o topo da montanha para espiar o outro lado era apenas a motivação para seguir no caminho.

...às vezes não sei bem se aquilo que penso é o meu próprio pensamento e se o que desejo é meu querer ou de outro.

“A gente sempre escreve contra a morte”. A Louca da casa - Rosa Monteiro.

É duro ter que viver dia após dia consigo mesmo: o grande cansaço é de si próprio.

O fato é que as pessoas mentem descaradamente, e por motivos diversos inventam toda uma vida para si.

Minha mãe era uma hedonista que amava todas as coisas. Foi criada sem referências paternas, sem afeto de pai e mãe, num colégio interno onde seu charme inato cativava alunas e professores. Para ela as regras eram mais brandas. Quando saiu dali para o mundo, quis da vida tudo o que pudesse sorver. Amava a família, mas amava todo resto também. Não tendo aprendido abrir mão de nada, conciliava o inconciliável da única forma possível, mentindo. Minha mãe foi extremamente feliz até o dia de sua morte. Meu pai amargurou-se todos os dia de sua vida.

A gente só ama eternamente, ininterruptamente, os mortos.

O tempo escoa inclemente com sua batida ligeira, e há uma nova urgência no fazer das coisas. Não contemplo a serenidade esperada e, inquieta, me impaciento no remoer de ocasiões perdidas. Por que não tive mais filhos, por que não cultivei mais amigos, por que falei quando era hora de ouvir, por que não sosseguei com o parceiro amado, por que não bebi menos e percebi mais, por que hoje há tantos porquês onde antes havia apenas um dia após o outro?

...fui solta e intuitiva como minha mãe. Hoje percebo que vivi cada dia para dar vida a Margot. Viajei o mundo, conheci pessoas diversas, me enfronhei por outras culturas, amei e experimentei todos os prazeres, cantei, pulsei, senti, olhei e sorvi cada minuto com grande interesse. Olhando para trás entendo que fiz por minha mãe como imaginei que ela teria gostado de fazer – e sem ter que morrer por isso. Sigo assim por ela e por mim. Sigo subindo e descendo as montanhas para saber o que há atrás da paisagem. Haverá, possivelmente, outra montanha muito parecida com esta em que me encontro agora, mas, como tenho pregados na memória aqueles primeiros tempos em busca de alegrias essenciais, não acharei isso maçante: a satisfação está no percurso, e alcançar o topo para espiar o outro lado é só a motivação para seguir no caminho, para seguir no caminho, para seguir simplesmente no caminho.


Esta noite tive um pesadelo. A verdade se encontrava do outro lado de um vasto oceano, e eu não sabia nadar.

E em pouco tempo me vi surpresa com a capacidade das pessoas de reinventar a vida transfigurando-a para que fique mais suportável.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

dilema de Balzac*

Pode parecer estranho, mas tenho sentido vontade de completar 30 anos. Pular os 29.

Imagine:

- Quantos anos você tem? Pergunta alguém.
- 29. Você responde.

Vinte e nove! Olha que idade esquisita. Vinte nove não é nem vinte, nem trinta. Meio termo. Não sei explicar muito bem. Parece idade de quem já tem mais de trinta e esconde a idade certa. O fato é que trata-se de uma idade feia. Soa idade de pessoa mais velha, enquanto 30 parece de uma pessoa jovem entrando na maturidade. Sente a diferença?!

Tenho sentido tanto desejo de completar 30 que me pego fazendo planos para a comemoração como se fosse este ano. Esqueço que não é agora. Não quero fazer 29, quero pular. Acho tão bonito 30.

- Quantos anos você tem? Pergunta alguém.
- T-R-I-N-T-A! Eu respondo.

Praticamente uma harmonia sinfônica.

Por isso decidi, esse ano completo 30. Não faz diferença nenhuma 29 pra 30. Vinte nove pra trinta está como R$1,99 pra R$2,00. E ficarei por dois anos com 30. Olha que magnífico. Dilema resolvido.


curiosidade
*Balzac, ecritor francês, publicou o livro "A mulher de 30 anos", no qual faz uma apologia às mulheres de mais idade, que emocionalmente amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quando eu me for...

Gosto deste lugar. Sinto-me bem quando escrevo aqui e sinto falta quando não o faço. Estive pensando...quando eu morrer estarei de alguma forma eternizada aqui neste blog.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

...

Se me perguntarem o que desejo para a minha vida, a resposta dependeria da hora do dia.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"coragem que a vida pode mais"

Se salva do tédio quem tem um olhar apaixonado para as pequenas coisas do dia-a-dia, quem tem o espírito aberto para promover insignificâncias a grandezas, quem tem um entusiamo natural e constante. Estou salva!

Facebook

Demorei mas me rendi ao Facebook. Tenho uma certa resistência a essas ferramentas do mundo tecnológico.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

quereres

Quero tantas coisas que às vezes me perco ao querer muito e sem saber o que quero de verdade. Mas eu sei, no meio de tanto quereres, sempre me encontro.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estava pensando nisso...

...antes de ler o artigo da Ruth de Aquino, na Época dessa semana:

Porque tanto homem se fantasia de mulher?
Eles são héteros, muito machos, mas no Carnaval soltam a franga. Essa expressão significa “desinibir-se, geralmente assumindo um lado feminino, alegre”. Não é novidade, e acontece no Brasil inteiro. Eles não se fantasiam de mulher discreta. Precisa ser vulgar e desejável. Salto alto, seios pontudos, maquiagem pesada, decotes... e rebolation. No Bloco das Piranhas ou no Bloco das Virgens, nosso vizinho circunspecto fica irreconhecível até a Quarta-Feira de Cinzas. É tão divertido assim ser mulher?

Não existem blocos de mulheres fantasiadas de homens. Se a mulher quiser se desreprimir, a última fantasia será a de homem. “Mulher já pode se vestir de homem no dia a dia, usar calça comprida, camisa social, mocassim...e ninguém põe em dúvida sua sexualidade. Já o homem...”, diz o psiquiatra Luiz Alberto Py. “Quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apareceram de pareô, a reação foi supernegativa. Em 1956, um artista plástico, Flávio de Carvalho, fez um desfile com homem de saia no Viaduto do Chá, em São Paulo, e foi vaiadíssimo.”

Minissaia, vestido de alcinha, frente única, tomara que caia, sandália, shortinho. É tudo ótimo no calor. Mulher tem um enorme leque de variações no vestuário. Homem é mais conservador. As novidades na roupa masculina desde os anos 60 foram a bermuda, a bata e a camiseta regata. Mesmo assim... Vários lugares noturnos e restaurantes admitem mulher de sandália, mas homem não. Mulher de short sim, mas homem de bermuda não.

Mas a roupa é só o visível. A fantasia de piranha desnuda outras fantasias. “O Carnaval é um rito profano e sagrado. O homem se veste de mulher porque quer ser mais afetivo de maneira escancarada, sair beijando todos, de qualquer sexo. Homem afetivo, nos outros dias do ano, é coisa de gay”, afirma o psicoterapeuta Sócrates Nolasco. “É um contraponto. Um momento do ano em que ele não precisa afirmar sua masculinidade. Mulher pode ser afetiva, carinhosa, extrovertida, dada, e nem por isso será tachada de ‘piranha’.”

É como se vestir peruca e salto alto no Carnaval servisse para exorcizar a fragilidade do dia a dia
Não se duvida de que uma mulher seja mulher. Ela pode até ter relações amorosas ou conjugais com outra. Continua sendo mulher, caso não imite machos. Ela pode beijar amigos e amigas, abraçar, fazer carinho publicamente. Isso não fará dela “piranha” ou lésbica. A mulher pode, no trabalho, assumir atitudes estereotipadas masculinas – isso não fará dela um homem. O inverso é mais complicado.

É como se esses homens que se equilibram com pernas cabeludas sobre saltos altíssimos aproveitassem o Carnaval para exorcizar sua dificuldade de mostrar afeto ou fragilidade no dia a dia. Tudo é permitido porque é fingimento. No filme Se eu fosse você, em que Tony Ramos e Gloria Pires trocam de alma e papéis, as plateias o acham muito mais engraçado que ela. Porque Tony Ramos não se comporta exatamente como a sua mulher no filme. “A compulsão por futilidades e os trejeitos exagerados lembram mais o comportamento de um gay afeminado”, diz Nolasco. Para virar homem, Gloria Pires fala grosso, não abaixa a tampa do vaso e faz embaixadinhas – ela muda bem menos.

Os homens que se fantasiam de mulher para zoar à vontade fazem do Carnaval uma catarse de seus fetiches. Claro que só saem em bando. Coisa de macho mesmo. Porque sair sozinho vestido de mulher pode dar origem a outras interpretações.

“Todos, homens e mulheres, temos um lado homossexual”, diz Py. “A sexualidade é uma limitação brutal. A percepção de que a gente pertence a um sexo significa não pertencer ao outro, o que de certa forma nos rouba uma parte da humanidade. A mulher tem uma versatilidade comportamental muito maior. O homem não pode nem fazer carinho em outro homem. O Carnaval é a transgressão inocente, o liberou geral para desfrutar seu lado feminino sem perigo.”
Simpatizo com esses bandos de homens fantasiados de mulheres fálicas em tantos blocos espalhados pelo Brasil. Por um instante, eu me lembro de Freud. O pai da psicanálise dizia que a mulher sentia inveja do pênis. Não seria o contrário?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

comprar ou não?! Eis a questão...

Eu estava triste, tristinha, mais sem graça que uma top model na passarela, mas hoje eu entrei numa loja Corello e....

Eu realmente andava meio estressada nos últimos dias. Nem eu estava me suportando dentro de mim. Uma irritação inexorável. Com tudo. Com todos.

Pensei que a única coisa que me faria bem seria fazer compras. Sábado lá fomos nós. Comprei até achar que ficaria satisfeita. Mas não fiquei. Faltou comprar um sapato e uma bolsa. Mas hoje matei o meu desejo. Não comprei o sapato e até perdi a vontade (e o dinheiro!) de comprar. Mas comprei uma bolsa....que não é simplesmente uma bolsa, é A BOLSA! CHIQUÉÉÉÉÉÉRRIMA! Super elegante. Custou mais caro do que gastei no sábado comprando tantas peças. Quer dizer, foi uma única peça. Foi caaaara, mas não vamos entrar em detalhes. E eu também não sou daquelas que chora o leite derramado. Comprou tá comprado. É linda e minha, isso que importa.

Mais tarde recebi uma resposta por e-mail da minha amiga Dani. Ela queria comprar um vestido e eu perguntei se havia comprado. Ela respondeu que não comprou um....não me perguntem, não adianta nem tortura, mas não falo quantos ela comprou. O fato é que ela comprou mais de 1, 2, 3...

Eu sou a favor de extravagâncias. Com disciplina e bom senso (embora extravagância seja a falta dele), claro! Quer dizer, toda mulher tem direito e dever de fazer alguns investimentos pessoais. Trabalhamos, somos independentes, temos a possibilidade de comprar, então nada mais justo que comprar o que quisermos! O importante é comprar com consciência. Nada desse negócio de comprar compulsivamente e constantemente.

Eu, por exemplo, tinha me apaixonado por uma bendita Victor Hugo. Na liquidação (detalhe) a danada custava quase R$900!!!! Meoooo, isso é apenas uma bolsa. Alguém avisa o dono da marca! Mas paga-se a marca. E as vendedoras fazem questão de sugerir "pague em 10x". Meooooo, como assim pagar uma bolsa em 10x??? Tem carnê igual nas Casas Bahia?! É o cúmulo da pobreza comprar uma bolsa em 10x!!! Eu tenho dó de comprar uma TV LCD em 10x, quem dirá uma bolsa! Comprar uma bolsa em 10x entra na minha lista de itens que torna uma pessoa brega. E eu sei que um monte de gente metida a besta faz isso. Sem contar que R$900 reais é quase mil! E mil com mais um pouco você viaja pro nordeste; compra uma TV; um notebook; paga duas parcelas de um carro; faz um curso; uma poupança; compra um videogame, etc, etc, etc. É verdade! Não, não, ainda não cheguei num ponto alto da loucura. Terei minha Victor Hugo, mas ainda não é a hora. Ainda não. O saudável é comprar dentro de suas possibilidades, sem prejudicar a saúde bancária.

Mas voltando ao sentimento que estava me perseguindo nos últimos dias, um misto de tristeza, irritação, stress, eu confesso que quando me sinto assim tenho vontade de comprar. Sinto-me bem quando compro, principalmente quando são coisas que gosto e por bons preços. Fico triste depois quando chega a fatura, mas até aí deixo pra pensar nisso depois. Ainda bem que não é sempre que esse vírus me contamina. Como nós mulheres somos volúveis!!!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

às vezes...

...desejo sair fora do meu corpo de tanto que fico sem me aguentar;
...desejo dormir até esse período passar;
...sinto-me sufocada e desejo gritar;
...desejo ficar rodeada de nada pra fazer, nada pra pensar, nada para me preocupar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Há quem não acredite...

1) ...mas hoje eu fui trabalhar assim. E não foi na praia, como disse meu marido.


Blusinha: Luigi Bertoli
Short: Hering
Óculos Triton
Melissa
Bolsa carioca (presente do papis) de couro, cor verde (embora na foto pareça azul - ou a impressão é só minha?!)
Corrente com pigente da moeda cruzeiro (presente da vovó)

*

2) ...recebi pela segunda vez em menos de 6 meses outro trote daqueles que a pessoa finge chorar do outro lado da linha. Aqueles tipo sequestro, sabe?! Na primeira vez um homem fingia chorar e dizia: "irmã, irmã, ele me pegou". Na hora seu coração dispara, mas basta ser um pouco sensato para em 1 segundo passar pela sua cabeça: tranquiliadade, isso é mentira! E eu não sei quem manda essa mensagem, deve vir do além. Eu muito calma disse "eu não tenho irmão" (e por dentro pensava: há se ferrou, idiota, vai tentar enganar outro). Outro cara pegou o telefone e perguntou "não tem irmão não, não tem?". Eu afirmei categórica: "NÃO"! E desliguei. Hoje foi uma moça chorando, toda aflita (tadinha, ahã) dizendo: "irmã, irmã, eles me pegaram, me estupraram"... Lembrei da análise das consequências, segundo Salander. Primeiro: quem liga pro irmão (a) em desespero e fica chamando-o de "irmã, irmã" sem dizer o nome?! Está tão nervoso que esqueceu o nome do irmão (a)?! Segundo: falta realismo do outro lado da linha. Putz grilo, esse blefe é muito furado, o mais batido que existe. Muito calma eu disse "de novo esse trote?! Vocês não tem outro número?!". O telefone foi passado para outro cara que foi dizendo com uma voz escrota "é pra ouvir sua voz, meu amor!". Que nojo. Desliguei. Cheguei a seguinte conclusão: o cara deve ter uma planilha aonde mantém todos os números das pessoas que liga, tipo um mailling. Na primeira vez, eu disse que não tinha irmão. Então ele colocou lá uma observação: moça, voz de nova, não tem irmão. Agora tentou irmã. Acho que as pessoas acreditam que todos devem ter um irmão (a). Mas existem filhos únicos. Agora, ele deve ter me marcado na planilha com uma cor diferente e deve estar pensando numa vigança. A próxima tentativa será mãe. Mãe eu tenho que ter, segundo o raciocínio "rápido e inteligente" de um doente desses. Eu já tenho a resposta pronta.
*
*
3) Falta uma semana para o carnaval, considerando que para muitos trabalhadores ele começa na próxima sexta-feira (12/02). Mas o Rio de Janeiro já começou a festa. O Cordão do bola preta, bloco mais tradicional da cidade fez hoje seu primeiro desfile nas ruas do centro da cidade. É o pré-carnaval do RJ. Vejam essa multidão:



Parece mentira, né?! Mas acreditem, é real. Agora imaginem o inferno que será esse bloco no sábado (14/02) de carnaval. Disso eu tenho medo.
(a foto eu peguei no site G1)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

minha herança

Um anel de brilhante, presente de 15 anos do meu avô materno; Um recorte de jornal com uma matéria sobre meu avô materno, presente do meu avô paterno; Uma moeda da época do cruzeiro em formato de pingente em prata, presente para cada uma das netas, da minha avó paterna; Duas caixinhas de música, uma é presente da mãe e a outro do pai; Um colar de pérolas da avó materna, presente da minha mamis; Um Atlas com dedicatória do avô paterno; Uma caixa com várias cartas escrita a mão, enviadas pelo papis; Entre tantos outros. Presentes valiosos, não de valor financeiro, mas de sentimento. Presentes (alguns deles) de pessoas que já não estão mais aqui. Presentes com encantamento da infância. Alguns objetos trazem lembranças, encantos, afetos, certezas. Estes são alguns dos que matam a saudade que sinto do que foi e não é mais. E são preciosos de mais pra mim. Eles trazem a tona sensações que senti um dia. Já faz um tempo desconfio que as coisas possuem alma.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

...

Nascemos, vivemos uma vida inteira (ou metade dela, não se sabe) e um belo dia, morremos. Sabemos que vamos morrer, mas não esperamos isso, não fazemos planos para morte. Fazemos planos para a vida. Acordamos todos os dias passando mentalmente o que vamos fazer naquele dia. Mas a morte nunca está na lista. E quando morremos, viramos o quê? Apenas um corpo. Que é jogado para um lado e pro outro embrulhado num lençol. Depois nos colocam num caixote de madeira (que pode ser bonito ou simples, depende do status financeiro da família, mas não deixa de ser uma caixa). E vamos para um lugar projetado para todos os corpos. Nesse lugar somos colocados embaixo da terra. E tudo se acaba. Ao mesmo tempo, para os outros, a vida sempre continua...agora faltando algum pedaço.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

BBB 10

Demorei, mas resolvi me pronunciar sobre a 10ª edição do BBB!
Gente, isso tá muito chaaaaaaaaaaaaaaaaato! E hoje descobri o que está faltando: a minha digna pessoa!

Todo mundo tá cansado de saber que eu ia me inscrever nessa edição. E ia messssmo! Já tinha até torcida organizada. Mas com a mudança de emprego, não rolou. Até porque segundo as regras, eu não poderia. Ok, fica para a próxima.

Eu não acompanhei desde o começo porque todas as vezes que assistia um pouco do programa já tinha gente chorando, tendo DR, falando que fulano estava tentando se aparecer mais que cicrano, pedido de desculpas porque alguém pintou a cara de alguém em prova do líder e assim por diante. Muito chaaaaaaaaaaaaaato!

Meooooooooo, como assim tem alguém querendo se aparecer mais que o outro???? Peraí, ei você que está reclamando, você não quer se aparecer ??? Alôooooo, todo mundo que tá na maravilha da casa do BBB quer se aparecer. Sem hipocrisia, vai.

E que desculpa que nada! É prova do líder? Tem que pintar a cara de alguém para ser eliminado? PINTA! E nada de desculpas. O povo se conhece há 4 semanas e já fica com um discurso furado. Odeio isso. "Vem cá te conheço?!" Outra coisa que odeeeeeio é o discuro "vou votar em fulana por falta de afinidade". Falta de afinidade de cu é rola. Vou votar em fulano porque é chato pra caraio, porque fulano é quieto demais, porque briga demais, porque canta mal demais, porque não vou com a cara dele(a), etc..... Acho que o Boninho devia proibir essa resposta "falta de afinidade". E com certeza ia gerar mais polêmica.

O quê que o Dourado está fazendo nessa casa ainda? Descobri que o tal do poder supremo foi decidido por votação dos internautas. Para tuuuudo. Isso é combinado! O cara é um mala. E esse negócio dele agora querer mudar a personalidade de um dia pro outro....Aff...

SÓ TEM BARRACO NA CASA! O povo é muito estressado. E tá super no começo. Tenho pra mim que eles vão acabar se matando. O primeiro que for para o quarto branco, será eliminado. Aquelas pessoas já são loucas, mal resolvidas, eu hein...alguém precisa lembrá-los que a vida é mais difícil aqui fora.

A bunduda lá só porque é inteligente adora julgar, nunca vi igual (hoje o bichinha do Eliser agrediu a policial, segundo a juíza). A Lia é a dona da verdade, cheia de querer ser verdadeira, racional, justa, ah vai tomar no cu antes que eu me esqueça! O Elieser é bichinha??? Gente, que cara chato da porra!!!! Chorão. Odeio homem chorão. Eu não vi ele falando, mas vi a Cacau comentando com a Maroca que ele disse que se ela (Cacau) não quisesse mais continuar o relacionamento, ele sairia da casa. Eu me envolvo tanto que fiquei revoltada com isso, VTNC 10 mil vezes pra esse cara. Sabe o que eu falaria pra ele no lugar dela?! "Vai lá, a porta de saída é logo ali. Um a menos para eu competir. Mas vai mesmo!" Porra o cara entrou lá pra ganhar R$ 1,5 milhão ou pra pegar mulherzinha?! Vira homem, rapaz! Não tenho paciência. Eu ia tocar pra f....nessa casa.

E o que é aquele Serginho ficando nu a todo instante??? Ele não quer se aparecer nada, né?! (pra ele ninguém diz isso) Será que a intenção dele é sair na Playboy?

Não vejo ninguém merecedor de R$ 1,5 milhão. É capaz que esse prêmio acumule. Pode isso? Fica a sugestão.

(imagina essas pessoas lá se matando e no final ninguém ganhar o prêmio....geeeente, acontece suicidio)

O BBB 10 está muito chato. Só tem gente muito chata! Falta graça, leveza, palhaçada,falta também gente bonita (vamos combinar), tranquilidade,espírito esportivo, senso de humor, alegria, falta a Grazi, a Francine, o Alemão, ....falta a GABIS GABIROBA!!!

Divã (livro)

Outro dia trocamos e-mail eu e Dani sobre o livro Divã. Eu assisti apenas o filme e ela leu o livro, que foi presente meu. Eu até comecei a ler o livro um dia na livraria, mas não comprei porque já tinha assistido ao filme, já sabia a história. Engraçado como muitas vezes nos reconhecemos em algum trecho de um livro. Ou melhor, como algum trecho do livro define bem algum sentimento nosso. Alguns livros nos trazem um entendimento melhor do que não conseguimos definir. A Dani, por exemplo, se reconheceu no sentimento que a personagem do livro fala sobre ela mulher e ela mãe. No e-mail, Dani me mandou um trecho que achei maravilhoso, eis:

"Sei exatamente da normalidade da situação, do quanto todas as mães sentem, umas de forma mais intensa, outras de forma mais velada, a urgência de uma liberdade que sabemos irrecuperável. Trabalhamos, amamos, viajamos, vamos ao cinema, engordamos. Umas arquitetas, outras lavadeiras, umas obstetras, outras biscateiras, mas levamos gravado na testa, somos mães. Mulheres porém mães. Jovens porém mães. Solteiras, porém mães. Eternamente mães.
Penso nas que não podem ter as crianças de que gostariam, e nas que foram mães e já não o são, pela brutalidade de um acidente ou de uma doença que as fizeram perder o filho e a condição. Não há consolo para a impossibilidade. Por isso confesso, eu peco, porque tive três filhos saudáveis e desejados, porque nada a eles foi negado, nem saúde ou desamor, e no entanto me pego, distraída, a pensar como seria a vida sem esse legado.
Haverá mãe no mundo que não tenha, por um segundo, desejado de volta aquele descompromisso por vidas alheias, que não tenha pensado uma vez sequer nos caminhos que poderia percorrer caso não houvesse filhos para monitorar? Ou sou a mais fria entre as mulheres, ou sou a que pensa em volume mais alto."


A Dani, muito antes de ler o livro, já havia me falado sobre esse tal descompromisso. Eu já havia compreendido e ficou mais claro ainda. E a Dani teve a certeza que toda mãe tem o mesmo desejo do descompromisso e por isso ela não precisa se sentir culpada. É normal. O sentimento não a torna a mais fria entre as mulheres e, todos que a conhecem sabe disso. Não é à toa que ela está construindo seu legado. (risos)