sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Rosa-choquei

Choquei com o que aconteceu dia 22/10 na Universidade Paulista UNIBAN. Eu não sabia do caso, até uma amiga comentar comigo essa semana e vender a pauta para o blog. Sim eu aceito sugestões para o meu blog. É claro que devem ser assuntos que me façam pensar na vida como ela é. Sim por que eu penso muito na vida, daí o título “estive pensando”.

Fui pesquisar o assunto e levei um choque. Foi assunto dos maiores jornais, e detalhe, eu trabalho num dos maiores grupos de comunicação e não sabia de nada. Sim, eu estou trabalhando demais e outubro foi um mês dedicado ao TCC. Mas, enfim, não tem desculpas uma jornalista não ter tido conhecimento do assunto. Mas eu teria conhecimento essa semana (se minha amiga não tivesse me falado) através da revista Época. CHOQUEI!

A personagem da história é Geise, 20 anos, aluna do primeiro ano de turismo, na UNIBAN. No dia 22 de outubro, a moçoila acordou e (foi infeliz ao escolher o modelito) muito provavelmente não sabia que aquele dia marcaria sua vida. Ela foi para faculdade com um microvestido rosa-choque(i) que deixava aparecer a calcinha. Resultado: parou a faculdade. Ao subir a rampa, cerca de 700 alunos (entre eles homens e mulheres) vaiaram, urravam, gritaram nomes promíscuos, pularam muros, riam, jogavam papel higiênico no pátio central. O coordenador do curso pediu que Geise fosse embora. Ela foi. Vestida com um jaleco branco que cobria o corpo e escoltada pela PM (afinal, faltou pouco para ser agredida). Como se não bastasse esse constrangimento todo, dias depois começou a circular na faculdade rumores de que a moça era prostituta e/ou atriz pornô. Vai vendo...em sua página pessoal no orkut, a moça se apresenta como “Michele” ou “Loirão”. Parece que ela é muito parecida com uma tal Babalu Brasileirinha, que em seu site é conhecida como “Michele” – mesmo nome divulgado pela estudante em seu orkut. Não vi nenhuma das duas, logo não conheço a aparência de nenhuma delas. No youtube você encontra imagens da estudante, gravado através de aparelho celular e divulgados no site dia 28/10. Não tenho interesse nenhum em conhecer nenhuma delas, nem para fazer comparação, nem para contribuir à minha pesquisa jornalística para esse post. Para quê nos interessa saber se ela é ou não prostituta?! Se faz ou não filmes pornôs?! Mesmo que seja, o que isso tem a ver comigo, com você e, principalmente com esses estudantes de merda que difamaram a garota?! O que muda em nossas vidas?! NADA! Só mostra o quanto o Brasil é um país formado de preconceituosos. No artigo de Ruth de Aquino, na revista Época, ela comenta que os colegas disseram que a Geise não vestia os trajes adequados para uma universidade. Concordo com a Ruth quando ela diz “hoje é impossível definir “traje adequado” para universitários. ...Moças andam de shortinho, microssaia, top com ou sem sutiã, rapazes desfilam de bermuda, camisa regata, sandálias havaianas. Tem muito corpo de fora nas universidades e isso nunca foi motivo para ataques de ódio”. Tem tanta garota de programa introduzida nos grupos da faculdade e, em vários outros lugares, que sequer são descobertas. Posso apostar que entre esses 700 alunos, deviam estar rapazes que já pagaram (e pagam) para sair com garotas.

É incrível que um país como o nosso, ainda sofra esse tipo de problema social. Cada um de nós já carregamos sua cota de problemas individuais, ninguém está livre disso. E ainda tem os problemas coletivos. Eu escrevi tudo isso só para emitir a minha opinião, curta e simples: é preciso mais conscientização humana.

Para terminar, deixo os questionamentos que finalizam o artigo de Ruth: “A estudante ficará traumatizada? Ou célebre e rica? Geise pode ganhar indenização, escrever um livro, posar para a Playboy e inspirar um filme. Esta é a vida como ela é”.

Um comentário:

  1. Eu topo dar um vestido mais comportado p/ moça mas tambem topo chutar os ovos desses estudantes de merda!

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