quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

NATAL

Já sabemos. Os Natais já não são os mesmos.
Já perdemos. A ternura e crença pela magia desse dia.
As madrugadas que antecede a véspera já não são acompanhadas pela ansiedade.
Aquela ansiedade de acordar e esperar aquela noite tão desejada.
O que Papai Noel preparou? Será que a meia na janela era grande o bastante para caber o presente?
Aonde será que ele esconderia o presente? Será que daria tempo dele entregar o seu?
Sim, Papel Noel nunca esquece as crianças que se comportaram bem o ano todo.
Em uma noite de Natal ela pensou não ter se comportado bem no ano que passou. Papai Noel escondeu tão bem seu presente que ela procurava, procurava e não achava. Chorou. Um choro sentido. A sua irmã já tinha encontrado o dela. E como o choro não cedia e a procura já havia cessado, a mãe teve que quebrar o acordo com Papai Noel e tirar o presente do esconderijo. Sempre ganhava o presente desejado.
Hoje ela sabe que Papai Noel só traz presentes para as crianças. E ela não é mais uma.
Essa será sua vigésima oitava noite de Natal. Essa data já não é como as outras.
Nas outras ela via os adultos numa correria frenética. Para eles o dia passava rapidamente. Para ela a noite não chegava nunca.
Agora ela sabe que o dia 24 é menor que qualquer outro do ano, mesmo tendo mesma quantidade de horas.
A noite chega muito rápido sem dar tempo para terminar tudo o que precisa.
Algumas pessoas ela não verá. Outras já não estão mais aqui. Isso a entristece. Mas as lembranças invadem seu coração e o enchem de alegrias.
Porque a saudade alimenta a alma. E é bom senti-la. Sentimos saudades só do que foi bom.
Esse ano tem algo especial, ao menos parece ter. Ela não sabe exatamente o que é. Mas está feliz e com grandes expectativas para a data.
Ao deitar-se na cama para dormir, ela sente aproximar-se aquela ansiedade para a chegada da véspera.

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