quinta-feira, 9 de julho de 2009

Duas indicações literárias

Os homens que não amava as mulheres, do jornalista suéco Stieg Larsson. É o primeiro romance da trilogia Millennium. Já chama atenção pelo fato de aos 50 anos, um pouco após entregar aos seus editores a trilogia, o autor morreu vítima de um ataque cardíaco.
A história é fascinante, cheia de mistérios. Um jornalista condenado a 3 meses de prisão, é cotratado por um famoso empresário para investigar o sumiço de sua sobrinha. Daí ele vai contar com a ajuda da brilhande Salander. Um livro surpreendete que te leva a desvendar os mistérios junto com personagens. Um excelente romance policial. Vale a pena ler. Não vejo a hora de começar o 2º.

*

A Salvo de Nada, do francês Oliver Adam, finalista do mais importante prêmio literário da França Goncourt. É uma narrativa em primeira pessoa, a leitura transcorre de maneira sultil. Marie é quem narra a catástrofe que é sua vida. Na verdade ela pensa viver uma catástrofe até se envolver com os refugiados (kosovares) de diferentes países, que vivem sem ter onde morar, sem ter como se esquentar, passam fome, além de toda humilhação que que sofrem dos policiais. O relato chega ser sufocador. Uma mulher de meia idade, com marido, dois filhos e que vive à beira da loucura, querendo se salvar, mas sem saber do quê. Um livro para refletir sobre a vida.
Eis alguns trechos:

"...na hierarquia do pior a gente se contenta com pouco..."

"...Nunca se sabe, nada de verdade. Nunca se sabe nada de ninguém. Do fundo das coisas dentro de casa pessoa. Tudo é apenas superfície, orla, margem."

"...E diante daquele fogo que nos avemelhava a pele, eu disse a mim mesma está vendo minha cara você é como todos os outros. Extamente igual. Igual a todas essas pessoas que você escuta falando nas lojas nos cafés, que se queixam da sujeira dos refugiados tratando-os como ladrões, estupradores, que acham repugnante ajudá-los quando não há ninguém para ajudá-las. Que se preocupam apenas com elas mesmas e suas misérias, com seus fins de mês apertados e com as batatas todo dia, com a falta de serviço e o futuro que nunca chega. Que não se faz para eles nem se fará para suas crianças. É isso. Eu também tinha esses temores mesquinhos, esses sentimentos inconfessáveis."

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