quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Recordações

Meu primeiro dia de setembro foi de lembranças. Fui à Mooca, fazer um favor para meu pai. Fui num cartório pegar o registro de nascimento dele. Desci na estação Bresser do metrô. Nooooossa, quanto tempo não passava por ali, aproximadamente cinco anos. Subi a escada rolante da estação e me passou um filme na cabeça enquanto andava até a catraca. Durante quatro anos da minha vida fiz aquele caminho. Lembro-me como se fosse hoje do primeiro dia de aula. Lembro de ter comentado com alguém sobre as milhares de vezes que ainda passaria ali e que alguns dias estariam chuvosos, outros calorosos, noites clara (em horário de verão), noites escuras. Lembro que me senti um peixe fora d’água. Eu fazia o caminho do metrô até a Universidade São Judas a pé. Às vezes só, às vezes acompanhada. A volta era sempre acompanhada da Bruneka. Às vezes só eu e ela. Às vezes eu, ela , depois a Jane e às vezes mais alguém. Lembro de um domingo que trabalhamos (eu e Bru) no vestibular da São Judas. Na saída caiu uma pancada de chuva e saímos correndo, de camiseta branca, molhadas e caindo na gargalhada. E no nosso pé dois vestibulandos. Lembro de um episódio que depois nos fez rir muito. A saída da faculdade era sempre às 22h40, levávamos aproximadamente 15 minutos da faculdade até o metrô. A gente queria muito ir embora, era sempre assim, e ao chegar na catraca, após uma de nós ter passado, a Bruna se deu conta de que esquecemos o (qual é mesmo o nome daquele negócio que não é pen-drive, nem CD, que nem se usa mais hoje em dia??? Ah, sim, lembrei) disquete (olha que arcaico!!!) com um trabalho importantíssimo dentro do computador do laboratório que tivemos aula. Nossa....voltamos correndo para faculdade, no caminho encontramos os meninos de Ed. Física: Léo, Marcus, Thiagones e Ed (o Ed era de publicidade). O Ed voltou com nós duas na faculdade, já era tarde e ele disse que não nos deixaria voltar sozinhas. Foi um transtorno só, o laboratório já estava fechado, tivemos que ver quem ficava com a chave, enfim, uma confusão. No fim deu tudo certo. Ao chegar ao metrô os meninos estavam lá nos esperando. Esses meninos sempre foram firmeza. Gostei (e gosto) deles de graça. O Marcus tornou-se meu melhor amigo, passamos noites ao telefone. Adorava o Léo e suas piadinhas infames, mas adoráveis. O Ed e eu nos chamávamos de irmãos. São pessoas que eu levo no coração e vai ser assim por toda vida. Voltei do cartório a pé tendo todas essas lembranças e um pouco mais. Ao pegar o metrô dei de cara com uma propaganda em homenagem aos profissionais de Educação Fisíca, 1º de setembro dia deles. Não me contive. Peguei o celular e liguei para o Marcus. Que saudade! Vimos-nos pela última vez no meu casamento. Aliás, uma surpresa a presença deles. Presença sem dúvida nenhuma agradável e feliz. Conversamos um pouco, o parabenizei pelo seu dia, comentei onde estava e ficamos de combinar uma cerveja. Mas é sempre assim, combinamos, mas acabamos nos encontrando da forma mais casual possível. Mas não importa. Pra mim basta saber que algumas pessoas existem e estão bem. Hoje compreendo a relação do tempo e amizade. Nem sempre estaremos disponíveis. Hoje sei que quase nunca encontraremos as pessoas que são especiais para nós, mas basta uma ligação, um “oi” para saber que o sentimento nutrido é o mesmo. Tenho amigos, considero até mesmo os que não falo ou vejo constantemente, que são amigos para a vida toda e eu sei, é uma questão de sentimento. São pessoas que vou carregar no coração. E esse período da faculdade foi uma grande transformação na minha vida (que vive em constante transformação), daquela época, foi o melhor tempo da minha vida. Não mudaria nada, nenhum dia (e olha que me lembro de mais dias do que qualquer um possa imaginar). Doces recordações. Ponto de encontro: porta de vidro. Primeira aula de telejornalismo: saí chorando ao apresentar um primeiro teste de vídeo (que vergonha). Ninguém entendeu nada, pois eu ansiava aquela disciplina mais que qualquer um. Pechinchas na barraca de bijus na porta da faculdade. Salto quebrar no caminho da faculdade. Comprar sapato novo na loja da faculdade. Trocar bolsa rasgada após uso de dias. Escrevo e vou me lembrando de vários outros acontecimentos... e vou parar por aqui antes que eu comece a lembrar do último dia de aula e do que mais temia: do grupo se distanciar, de não ver mais ninguém. Sou saudosiiiiiista. Acho que vou ao SAA trancar a matrícula. Já volto.

2 comentários:

  1. ficamos com as boas liembranças!
    eu entendi porque voce chorou, tambem tomei chuva, tambem quebrei sapato, mas nunca tive coragem de trocar a bolsa rasgada ou o sapato usado uahauhau....
    algumas parcerias não acabam de fato, só ficam suspensas no tempo... bj!

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  2. Eu mudaria sim, era tão careta que deixei de aproveitar melhor a relação com meus amigos, inclusive o que descobri a pouco, a oportunidade de fazer amnizade com amigos que não eram nem garçons, nem borracheiros...rs Essa o Ricardo vai entender...rsrsrs. Mas voltando, também tenho assim, muitas boas lembranças desse tempo de facu e de colégio e de ginásio e de primário, até do jardim da infância tenho amigos que guardo lembranças muito carinhosas, sendo uma dessa última descrita, estar na porta da sala, imagina eu era muito piveta, cantando com uma rodinha de amiguinhos (formada por uma amiga e três amigos) aquela música "fui num pagode na casa do gago e rango demorou a sair, acenava pra ele, ele mais tititi, quiquiqui quiquiqui deixa aí", se não é isso, é quase. Mas olha que hilário, um grupo de cinco pivetes no jardim da infância fazendo roda de pagode, batucando na mão, imitando os adultos...hahah Essa lembrança é muito boa! Me faz entender o sentido de estar aqui...

    Aos meus amigos, mesmo os que não sabem que os trago no coração desde tanto tempo, um carinhoso abraço!

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