terça-feira, 2 de junho de 2009

As fatalidades da vida

Eu fico muito sensível diante certos acontecimentos.
A semana já começou com o desastre do avião. Até que me provem o contrário, eu mantenho a minha esperança de que tudo vai acabar bem. Mas infelizmente os fatos surgem devastando não só as minhas esperanças.

Hoje a Av. São Luiz com a Ipiranga parou. Um homem se atirou do Edifício Itália. Hoje resolvi almoçar no shopping Light. Ao descer a rua me deparei com os vestígios do ocorrido. Metade da calçada estava fechada com fita de emergência e em volta uma imensa roda humana tinha se formado. O corpo estava tampado, mas a calçada estava repleta de partículas. Uma vida. O suficiente para eu perder a fome e uma tristeza me abater.

Tentei passar o mais rápido possível. Não queria ver aquela cena. Enquanto andava na São Luiz me deparava com um monte de pessoas, comentando, julgando o caso, aquela pessoa. Inclusive a roda humana.

Entendo e ao mesmo tempo não entendo a curiosidade humana. Que todo mundo tem curiosidade eu sei. Eu também tenho. Entendo que algumas coisas precisamos constatar com nossos próprios olhos. Tem coisa que é preciso ver para cair uma ficha dentro de nós. Mas acredito que não era o caso. As pessoas ficam ali em volta, julgando, comentando e aumentando o caso. Pra quê? Para dizerem orgulhosos em casa que viram um corpo estatelado, destruido?!

O que eu vi foi uma vida destruida. Não sei o motivo. Mas imagino que só uma coisa leva a esse ponto....o desespero. E o desespero tem suas razões, além de ser troiçoeiro. Ele desperta no ser humano um lado oculto que ninguém conhece. Todos carregam em si um lado forte e outro fraco, assim como todo mundo tem o lado bom e o ruim.

Essa noite não vou conseguir dormir. Tenho certeza que vou colocar minha cabeça no travesseiro e ficar pensando nessas tragédias. Nessas vidas.

Um comentário:

  1. em pensar que muitas vezes, um simples "tenha um bom dia" pode mudar tudo....

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