quinta-feira, 3 de junho de 2010

O dia mais feliz

Não fui uma noiva muito normal, no meu casamento não teve músicas religiosas, não teve bem casado e não foi entregue lembrancinhas que as pessoas se sentem obrigadas a guardar até que um dia, passado um bom tempo, elas se livram jogando fora (outra hora eu conto o que foi a lembrança). Meu vestido foi escolhido muito rápido, gostei dele na primeira vez que o vi e não procurei mais nenhum. Era aquele que eu queria. Minha irmã Luana (na época com 22) e meu primo Roque (18) foram os pajens e entregaram as alianças. Nossos padrinhos foram escolhidos a dedo.

Eu (uma pessoa extremamente ansiosa) não fiquei nervosa dias antes do casamento então minha resposta frustrava quando alguém perguntava “você está nervosa?” . As pessoas esperavam saber sobre as minhas ansiedades. Em compensação na noite anterior ao casamento eu fiquei muito nervosa. Motivo: despedida de solteiro. O combinado era realizarmos nossas despedidas no mesmo dia, justamente para um não ficar criando fantasias enquanto o outro estivesse realizando as fantasias. Não rolou e o Marido fez a despedida na noite anterior ao casamento. Uma merda. Ideia de amigos idiotas (só podia ser)! Nem gosto de reviver isso, pois foi motivo de pensar em não aparecer na igreja. E eu, passiva e exagerada demais, seria capaz de fazer isso! E ninguém duvidava. Mas nada que uma xícara de chá, amigos (leais e verdadeiros) ao lado colocando juízo em sua cabeça, flores, milhões de ligações e pedidos de desculpas, juntando o medo perceptivo que o noivo sentiu de ser largado no altar, me fizesse mudar de idéia.

Senti dor de barriga na hora de colocar o vestido. Na mesma hora meu pai liga dizendo que a camisa alugada não estava com o fraque. Pânico e mais dor de barriga. Engole um imosec. Mais uma ligação e meu pai diz que a vovo Biga não será levada ao casamento. Mais dor de barriga. Respirei fundo e fui para a igreja. Meu pai arrumou uma camisa emprestada que estava perdida na casa da minha tia. Minha vó estava fofa demais em sua roupa azul, sentada no primeiro banco da igreja. Meu pai estava nervoso e a essa altura todo meu nervosismo de uma noite evaporou, estava feliz da vida! Combinei com meu pai que não entraria na igreja assim que abrissem as portas. Ele não entendeu nada e expliquei: quero dar um susto no noivo, vamos nos esconder aqui, vai abrir a porta e ele não vai me ver, depois fecha a porta e fazemos como tem que ser. A louca! (pronto, matei a curiosidade de muita gente que não entendeu nada nessa hora)

Eu e o Marido entramos no salão da festa com nossa música tema “É só pensar em você”. Tudo foi escolhido com muito cuidado e sempre do nosso gosto. A todo instante, desde a produção do evento, a preocupação era fazer tudo do nosso jeito. Realizar a festa para nós e não para os outros. Agradar-nos. E o objetivo foi alcançado. Consequentemente todos os convidados gostaram e se sentiram satisfeitos em nossa festa. Foi o dia mais feliz da minha vida. Eu transpirava felicidade. Meus olhos faiscavam alegria. Foi a noite mais suprema e bela da minha vida.

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